Pois é. Escrevo de Braga, já chegou o tempo da retrospectiva, do balanço. Depois de oito meses a viver sozinha em Bratislava, retomar a vida que deixei aqui, revela-se difícil. Talvez porque os dias aqui continuam iguais. Mas eu não.
O meu voluntariado na Eslováquia foi uma lição de vida em formato Express. Quando agora me perguntam como foi, como eram as pessoas, obrigam-me a observar tudo como espectadora. As comidas já me eram normais, as rotinas, a atitude das pessoas... Mas pensando à distância, tudo era diferente.
Trabalhei tanto em escritório como no campo. A minha tarefa era promover o projecto "72 horas sem compromisso", que pretendia que, durante 3 dias, toda a Eslováquia servisse a comunidade. Tinha muito do que aprendi nos escuteiros. Tinha de explicar às pessoas que tinham de elaborar um projecto, angariar fundos e materiais e no fim ajudar a comunidade. Graças a isto, contactei com muitos escuteiros e organizações da Juventude. Isto deu-me muita vontade de continuar a trabalhar no sector da Juventude e Voluntariado, abrir os olhos para o que as mãos de todos podem fazer.
No final, conseguimos 6000 voluntários e num país de cinco milhões, foi mais do que estávamos à espera! Com este sucesso, pus-me a sonhar acordada sobre como funcionaria o 72 em Portugal.
O tempo correu, mas todo ele foi um constante desafio à resistência para lidar com as novidades. Aprendi uma nova língua, aprendi imenso sobre novas culturas, despertaram-se novos interesses, adquiri novas capacidades que poderão ser úteis no futuro, conheci tanta gente, viajei tanto, vi o meu projecto acontecer (respirar mais ar), cresci tanto, defini princípios, abri a mente a novos estilos de vida, experiências.
E, resumindo, quero trazer isso para a minha vida cá. O pragmatismo, a procura, o alerta.
Voluntariado, é ir!
Joana Vieira
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